A etapa de dragagem de areia das Obras de Recuperação da Orla de Matinhos, no Litoral do Paraná, começou. Os últimos meses foram marcados pela mobilização das tubulações e do canteiro de trabalho, e, neste sábado (25/06/2022), o governador Carlos Massa Ratinho Junior solicitou, por rádio, ao comandante da draga que está no mar, o início do bombeamento de areia.
“Atenção, comandante da Galileo Galilei, autorizo o início das operações de alargamento da Orla de Matinhos, essa obra tão importante para todos os paranaenses”, anunciou.
É uma obra emblemática. Após a dragagem, Matinhos contará com faixa de areia de 70 a 100 metros de largura, de Caiobá até o Balneário Flórida. Os investimentos envolvem R$ 314,9 milhões, um dos maiores em andamento no Paraná.
No evento de autorização, o governador lembrou que o projeto de recuperação de Matinhos é comentado há mais de 20 anos e que essa obra abre portas para novos investimentos na região. Ele também reforçou que essa é uma das principais demandas do Litoral.
“Todos os paranaenses merecem essa obra, que é a maior da América Latina em uma cidade litorânea. A ideia é que possamos avançar em outras grandes obras, como a tão sonhada Ponte de Guaratuba, e concretizar cada vez mais o desenvolvimento dos municípios do Litoral e do turismo”, destacou o governador. “É um sonho que conseguimos tirar do papel”.
Além da engorda da faixa de areia, as obras em Matinhos contemplam estruturas marítimas semirrígidas, canais de macrodrenagem e redes de microdrenagem, e revitalização urbanística da praia e da calçada com o plantio de árvores nativas. Também serão realizadas melhorias na pavimentação asfáltica e a recuperação de vias.
O objetivo é minimizar os impactos gerados pela combinação do desequilíbrio de sedimentos, ocupações mal planejadas e ressacas no Litoral. Essa combinação vem destruindo e comprometendo boa parte da infraestrutura urbana, turística e de lazer no município.
“Esses processos erosivos causaram grandes danos na região, historicamente. Com a força de vontade do governador, que veio para transformar a vida dos paranaenses, essa obra está sendo iniciada de fato na data de hoje, marcando um momento simbólico do Estado”, disse o secretário do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, Everton Souza.
Ele destacou, ainda, a importância das obras de macro e microdrenagem, que complementam a intervenção na areia. “Estamos falando aqui de uma das áreas mais planas do Estado e uma das áreas em que mais chove no Brasil. Portanto, é onde ocorrem as maiores enchentes e cheias, problemas que vão ser solucionados nos próximos anos com essas intervenções”, completou.
“Nós estamos aqui para administrar, e ajudar todas as pessoas que vivem ou buscam Matinhos para usufruir do Litoral. Todos nós agradecemos essa obra”, reforçou o prefeito de Matinhos, Zé da Ecler.
DRAGAGEM – As obras de dragagem serão realizadas até o mês de novembro. A primeira fase será em Caiobá. Quando encerrada, a Linha de Recalque será rebocada até o Balneário Riviera, possibilitando o engordamento da faixa de areia na Praia Central e nos outros balneários.
O processo é realizado pela draga Galileo Galilei, autotransportadora de sucção e arrasto. Esta é a primeira vez que o Paraná recebe uma embarcação com tanta tecnologia embarcada. Este tipo equipamento possui cisterna e propulsão própria, o que permite sua navegação até a chamada jazida de empréstimo, onde ela draga a areia, deposita em sua cisterna e em seguida manda o material pela tubulação que está submersa e permanece em posição dinâmica para recalcar a areia até a praia, onde os tratores fazem o espalhamento na parte seca.
Na parte submersa, o próprio movimento das ondas se encarregará de fazer esse espalhamento da areia. A draga tem capacidade de 18 mil metros cúbicos em sua cisterna, e pesa em torno de 31,2 mil toneladas. Seu comprimento total é de 166 metros, com potência de bomba de 3,4 mil KW ao arrastar e 14 mil KW ao descarregar.
O navio acomoda uma tripulação de 32 passageiros. Ele também foi utilizado para as obras de dragagem e aterro hidráulico de Balneário Camboriú e várias outras obras de dragagem portuária em Santos, Rio de Janeiro e Itajaí.
Fonte: AEN.
Foto: Jonathan Campos/AEN